Nossa Senhora da Conceição, Imagem de santo, provavelmente Séc. XVIII
Anexos
-
Miniatura
Número de registro
87
Denominação
Título
Nossa Senhora da Conceição
Autoria
Resumo descritivo
Escultura de figura feminina representando N. Sra. da Conceição, com possível posição de mãos postas. A peça está em pé sobre peanha e possíveis meias-luas. Possui base de madeira pintada de vermelho, com perfuração na sua parte de baixo.
Data de produção
Local de produção
Classificação
Material/técnica
Altura (cm)
30 cm
Lagura (cm)
14
Profundidade (cm)
7,5
Características estilísticas
A frente da escultura apresenta panejamento com dobras bem assinaladas e a talha bem definida. O lado direto é marcado pelo manto dobrado, que deixa aparente sua parte interna, criando uma elevação mais volumosa, nervurada e tortuosa, o que dá a impressão de um tecido amassado pelo uso. Do braço esquerdo, cai uma ponta de tecido que tem formato de um “V”. O estofamento é marcado pela presença de douramento em reserva, punção e pintura a pincel. Na face externa da escultura, o manto apresenta dobras largas, com uma faixa que desce em diagonal e pende para o lado direito, deixando aparente uma parte da túnica. O caimento do tecido na finalização das dobras, próximo à base, é pontiagudo e levemente inclinado. O cabelo é coberto com véu. O estofamento é marcado pela presença de douramento em reserva, punção e pintura a pincel.
Características técnicas
Escultura em madeira policromada.
Características iconográficas/ornamentais
N. Sra. da Conceição. Em 25 de março de 1646, na corte de Lisboa, com aprovação unânime dos Três Estados, Dom João IV leu a sua proclamação, dedicando o Reino de Portugal e suas 19 conquistas à N. Sra. da Conceição Imaculada, prometendo defender com sacrifício da própria vida, se fosse necessário, que a Virgem N. Sra. tinha sido concebida sem o pecado original. No séc. XVII, já existiam capelas e igrejas em devoção à N. Sra. por todo o Brasil, de norte a sul. A devoção a Maria foi a mais disseminada em toda a nossa terra. Os braços da imagem em análise parecem se abrir, dobrando os cotovelos e levantando os antebraços para frente, como se as mãos, já perdidas, fossem se encontrar. Essa disposição e os pedaços de lua na base da peça representam N. Sra. da Conceição. No que concerne às técnicas de ornamentação, a imagem apresenta na vestimenta punções em forma de círculos sobre douramentos em reserva, também presentes sobre as bordas da túnica e do manto. A túnica é azul e possui folhas brancas feitas com pintura a pincel em torno do douramento em reserva, encimado por rosas e folhas verdes. O manto tem face externa em cor azul-escura e face interna vermelha. Há pintura a pincel no motivo fitomórfico do vazado dos douramentos em reserva.
Marcas/Inscrições/Legendas
Legenda pintada embaixo da base com a inscrição do número de registro da peça.
Dados históricos
Origem e autoria desconhecidas. Provavelmente é uma imagem do século XVIII.
Referências bibliográficas/arquivísticas
COLNAGO FILHO, Attilio. Mapeamento, catalogação e análise do estado de conservação do acervo do Museu de Arte Sacra do Espírito Santo. Relatório de pesquisa. Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 1995, 42 f.
|______. Ambivalências do sagrado: o percurso dos objetos entre a devoção e a coleção. 2011. 200 f. Dissertação (Mestrado em Artes) — Programa de Pós-Graduação em Artes, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2011.
|COSTA, Rogério Vicente da. Estudo sobre a iconografia de Nossa Senhora da Conceição e inventário das invocações de Nossa Senhora de Ouro Preto — a importância da Virgem Maria no culto católico. 2009. Monografia – Programa de Pós-Graduação em Cultura e Arte Barroca, Instituto de Filosofia, Artes e Cultura da Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto–MG, 2009.
|ETZEL, Eduardo. Imagem sacra brasileira. São Paulo: Melhoramentos, 1979.
|MOREIRA, Fuviane Galdino. Análise tipológica dos estofamentos das esculturas policromadas do acervo de arte sacra do Museu Solar Monjardim. 2009. Monografia (Trabalho de Conclusão do Curso de bacharel em Artes Plásticas) — Centro de Artes, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2009.
|______. Estudos sobre a talha: panejamento e cabelos da imaginária do acervo de arte sacra do Espírito Santo. 2012. 212 f. Dissertação (Mestrado em Artes) — Programa de Pós-Graduação em Artes, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2012.
|ROCHE, Daniel. História das coisas banais: nascimento do consumo nas sociedades tradicionais (séculos XVII–XIX). Lisboa: Teorema, D. L. 1998.
Projeto
Acervo do projeto de Atualização do Inventário do Acervo de Arte Sacra do Museu Solar Monjardim em Vitória no Espírito Santo.